Construindo sobre areia

A economia global do trabalho e a Copa do Mundo no Catar

por Nikolaus Gietinger

Deutsche Version

Publicado pela primeira vez por krisis Kritik der Warengesellschaft

Milhões de migrantes trabalham nos Estados do Golfo, mas não no negócio principal de petróleo ou gás. Eles trabalham arduamente nos prédios de ostentação sem sentido das cidades futuristas do deserto.

A lista de escândalos em torno da realização da Copa do Mundo masculina da Fifa no país desértico e islâmico do Catar é longa: o emirado é conhecido por inúmeras violações de direitos humanos e relatório “Freedom in the World 2021”, da ONG norte-americana Freedom House, classifica o país como “não livre”. A homossexualidade é punida com sete anos de prisão segundo a lei do Catar, baseada na Sharia. Muçulmanos homossexuais enfrentam até a pena de morte, ainda que nunca tenha sido realizada para esse fim. O Catar anunciou amigavelmente que as bandeiras do arco-íris serão permitidas durante a Copa do Mundo.

Além das denúncias de corrupção em torno da escolha do Catar para a Copa do Mundo, a situação dos migrantes envolvidos na construção da infraestrutura para o torneio também é um tema muito discutido. A ONU e várias ONGs exigem, com razão, a abolição de condições análogas à escravidão. No entanto, o que muitas vezes fica no esquecimento é uma análise das razões do sistema de trabalho dos imigrantes, que existe não apenas no Catar, mas em todos os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que inclui Bahrein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

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Porque há tão poucos protestos sensatos e tantos protestos absurdos diante do coronavirus?

Discurso contra a vigília dos “opositores da vacina” – chega de murmúrios de conspiração antissemita!, 17 de Abril de 2021.

de Lothar Galow-Bergemann

Original in deutsch – Mit Dank für die Übersetzung an Krisis – Crítica da sociedade da mercadoria

english version

Juntamente com a pandemia de Covid-19, estão se espalhando fantasias de conspiração perigosas e assustadoras. As pessoas falam sobre planos secretos de bilionários malvados para lhes implantar microchips e uma “ditadura de Merkel” agindo em nome deles. A crença de que estão à mercê de forças obscuras malignas, gananciosas e inimaginavelmente poderosas, está tão arraigada nelas quanto a convicção de que elas próprias são uma resistência legítima. Com uma frequência cada vez maior, exprime-se um antissemitismo aberto, que pressupõe “os judeus” como os verdadeiros controladores do mal.

Infelizmente, não se pode dizer que o que estamos assistindo atualmente nas manifestações dos alegados “pensadores laterais” (Querdenker) não tem nada a ver com o resto da sociedade. Porque, o mais tardar desde a crise financeira e econômica de 2008, muitas pessoas acreditam que “a culpa é toda dos que estão por cima”. A crítica social confunde-se com a raiva dirigida aos “multimilionários gananciosos”, ao “pacote de mentiras” e à “imprensa mentirosa”. Isso funciona nos meios da direita, esquerda e “alternativos”, bem como no pretensamente bom “centro” da sociedade.

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